Hoje li uma notícia no jornal Metrópoles (https://www.metropoles.com/distrito-federal/pmdf-candidatos-reprovados-em-concurso-denunciam-teste-invalido) que me pareceu um problema criado para ser utilizado em Aprendizagem Baseada em Problemas-ABP, na disciplina de Técnicas de Avaliação Psicológica. Creio que minhas ex-alunas acertariam a resposta, caso eu pedisse que se manifestassem a respeito deste caso.
O uso da Bateria de Provas de Raciocínio-BPR-5, sobre o que se debruçam os candidatos, pode ser facilmente solucionado observando-se as datas de aplicação e o que estava vigente no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos-SATEPSI.
O que causa estranheza e precisa de avaliação um pouco mais profunda é a substituição da BPR-5 pelo teste R1.
Ora, a BPR-5 avalia, em cada prova, um tipo de raciocínio. Já o R1 avalia o Fator Geral (fator G) de inteligência. Ou seja, avaliam constructos diferentes. Assim, o que, de fato, pretendia a banca avaliar?
Além disso, analisando as amostras utilizadas para validação dos instrumentos, o BPR-5 seria mais adequado à clientela de nível médio e superior, enquanto o R1 se adequa mais ao nível fundamental de ensino.
Outro tópico interessante, é a manifestação da organizadora do certame que diz: Cabe ressaltar que o teste em questão apenas avalia o raciocínio lógico e fundamenta aspectos da avaliação cognitiva verificada complementarmente por outros testes." No entanto, só foi utilizado UM teste de inteligência R1, ou uma bateria de raciocínios BPR-5, não havendo, na lista constante da reportagem, indicação de qualquer outro instrumento que complementasse a avaliação desse constructo (seja ele raciocínio ou Fator G).